Calvário
Irei sobreviver
ao caos que me impõe a dor,
Triste incômodo
de viver sujeito
Ao sentir que
ergue e rebaixa;
Também exalta e
humilha.
O cansaço de
escrever estancou meu vício
De poetizar pseudosofreres de amor.
A sobriedade não
aclarou as idéias amigas;
E propôs que
falar de amor é morrer de amor,
Porque viver
enamorado e morrer de paixão são sinônimos.
Até as mais
belas palavras se desfazem no ar,
E as boas músicas
se tornam suplícios.
O litígio
interior haveria de desfechar em crime?
Como, se tudo
acontece à revelia de meu desejo?
Entregar-se ao
horizonte próximo parece ser a solução,
Muito embora
este fato anoiteça minha clareza;
O certo é que eu
sucumbiria cedo ou tarde,
E alimentaria um
desgosto.
Pois vencido e
admitindo a derrota,
Faria tudo
parecer passageiro
Para que o
sofrer fosse menos sentido.
Não sei que
diabos alimento
Para ser tão
indeciso no/de amor,
E tão decidido
no apego.
Tão incerto é
meu gostar que confunde o desejo.
Tal quadro se
configura triste e me faz assim,
Ser errante e
exageradamente passional,
A ponto de
adoecer de melancolia na ausência
De enfermeiras
morais,
Parcialmente
imaginárias e com diversas caras,
Com disposição
infinda.Salatiel Pereira
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