Restos imortais
Falar do que
restou quase sempre dói,
Porque
sentimentos mil são represados a muito custo,
Quando não se
tem força capaz de fazê-los partir
Sem que voltem
vez por outra para doer mais e mais.
O que se foi não
se vai jamais,
Nem morre com a
distância que o tempo estabelece.
Antes se
cristaliza, solidifica-se e se perpetua no peito;
Cria silêncios
que ressoam silenciosamente pela eternidade.
Mas fez-se
calmaria em tempestade nesses dias intermináveis,
Dias únicos,
livres, soltos e aconchegáveis
Que atraem mais
do que repelem
Diante do que
faltou ou ficou por dizer.
O choro já não é
fraqueza ou dor,
Nem solidão ou
mágoa, buscas imprecisas,
Faltas ou
ausências contínuas.
Mas um viver
livre, poético, e apegado ao nada.
Salatiel Pereira
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