Doses Racionadas de Amor
Ela sempre desejou “a servidão dos fracos e a proteção dos fortes”.
Sim! minha bajulação é seu sonho de consumo,
Sua torre forte que lhe faz forte.
Meu coração apaixonado é um brinquedo desmontável em suas mãos,
Ferramentas hábeis, adestradas e afeitas a atrocidades.
Eu me alimento das doses racionadas de “amor” que me dá:
Sorrisos reticentes, migalhas de atenção, e rascunhos de beijos.
Tudo isso me garante escravo por tempo indeterminado,
Sonhando com céu por temer o inferno (o fim do casamento),
Fazendo-me fiel a um deus (deusa) e infiel a mim.
Ah...é isso!Meu amor é uma auto traição.
...que tragédia: simultaneamente, traído e traidor.
E ela, sem a misericórdia comum aos deuses que se prezam,
Debocha de mim, caçoa da minha condição degradante,
Diverte-se às minhas custas:
Todo dia pago o tributo que lhe é devido;
Pago o preço sem se quer saber o valor (de viver assim).
Sou um servo emocional de uma senhora má,
Que também é senhora de si (parece),
Que é tão determinante para minha alegria com sinal trocado,
O prelúdio de uma felicidade ilusória,
O qual aponta para “o futuro de uma ilusão”.
É ilusão (vestígio de razão em mim), sim!
Porque é impossível ser feliz sem dignidade e totalmente subjugado.
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