domingo, 8 de dezembro de 2019


Saída de emergência (Eu lobo de mim mesmo da estepe)

Atirei flores como quem se despede de quem morre.
Fiz uma oração com muito empenho
A fim de ser levado a sério (por Deus),
E receber ao menos consolo.
Planejei prazeres infindos
Outrora adiados a contragosto e duras penas,
Para de uma vez por todas continuar...
...viver histórias dignas de mim, sutilmente machadianas.
Já quis a paz dos livros, eternamente inalcançável (desejável),
E sempre um chamariz para corações cheios de afã.
Chamei o fim do dia, esquecendo-me que estaria antecipando meu fim;
Anunciando um suicídio, minha saída de emergência,
Uma porta rumo a pastagens, paisagens calmas,
Uma fuga certa, covarde e ilegítima (sei).
Sim, uma fuga injusta comigo,
Com as infindáveis possibilidades que saltam aos olhos.

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