terça-feira, 30 de setembro de 2014

Tristeza Milenar

É incrível! Até hoje não acredito que você exista:
Você é vida e morte (tenho vontade de morrer e de viver).
Você me deixa feliz e triste ao mesmo tempo.
Já morri diversas vezes mas depois de você morri muito mais:
Você mata muito mais que a guerra.
Resumindo: você é o suicídio que sempre eu adio.
Eu que sou o covarde por não saber planejar minha morte direito.
Deixe estar! Tudo é questão de tempo e oportunidade.


Salatiel Pereira

domingo, 28 de setembro de 2014

Existencial

Condenação


Estou condenado e certo disso. Sim, condenado a ser livre. Livre para te amar e esquecer tal intento. Preciso enfrentar o pesar dessa liberdade e suas implicações. Estou no mundo, nas mãos da contingência, a mercê de tudo: alegrias, choros, dores e alívios. E te querer já foi alívio (há muito) e hoje é dor por ser prisão no aguardo de execução. É uma indomável alternância de alegrias e choros, porque o sofrer e o posterior morrer de saudade, com tua falta, encobre o que há de bom em amar; não há quem abrevie esse suplício, ou cesse o jorrar dessa fonte do mais hábil e puro desprazer.
Em tal situação não me resta outro remédio que não seja esquecer. Ou deixar-me esquecido num quarto vazio (derradeiro aconchego suicida), de preferência escuro. Tudo para que essa escuridão se harmonize com as trevas em mim, a mais inconteste solidão.

Salatiel Pereira

sábado, 27 de setembro de 2014

Mendigo de Atenção

Estive a especular, e por isso, a torturar-me
Imaginando possibilidades mórbidas
Movidas a teimosia que confrontam meu censurar-me
Frente a histórias proibidas.

Sim, que jamais acabam bem;
Às vezes nem se quer tem final,
Apenas reticências para profanar o que se tem
De bom no amar e no amor ideal.

Se o encerramento de toda espera redundasse em cura
Estaria pronto para viver e ver o fim
Da afeição que mostrou-se mais pura.

Ela já foi nada, e hoje está assim...
Sendo tudo e me fazendo mendigar atenção,
Sem que eu ache se quer migalha espalhada no chão.

Salatiel Pereira

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Amor fugaz


Rendição

O que passou não passou de um sonho ruim,
Minutos mal contados
Pelas expectativas nascidas em mim
Pelos desejos, ao fracasso fadados.

Tentei a contragosto fugir
E encontrar consolo exato
A fim de espantar a necessidade de ir
Ao encontro do que já é de fato.

Então chorei, e nisso fui bem aventurado
Ao achar consolo eficaz,
Depois de ter desesperado;
Tendo que seguir em frente querendo olhar para traz.

Saí vitorioso: a vitória veio com minha rendição,
Ao que jamais perdeu, apenas faz perder
Em qualquer que seja a situação
De quem quer bem o viver.

Salatiel Pereira

Nau+frágio

Lugar onde tudo termina

Por muito tempo estive a pairar (navegar)
Em mares turbulentos
Como nau a deriva a continuar
Flutuando sem rumo e com vãos intentos.

Estive de amor ansioso,
Tão longe de mim e aflito.
Ao temer o futuro me pus medroso,
E entrincheirado num terno conflito.

Julguei-me forte ao encher-me de expectativa;
Aí então a frustração afundou-me
E me faltou alternativa.

Nesse mar vasto você olvidou-me;
Lugar onde todo amor naufraga
E tudo que sente de repente se estraga.

Salatiel Pereira

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Poesia Libertadora!

A Poesia Que Eu Te Fiz

Eu te fiz uma poesia libertadora
E nela pus teu nome nas entrelinhas.
Quiçá ela te traga conforto e amparo;
Ao menos uma ideia disso.
Eu te fiz uma poesia pequena,
Tão breve quanto despretensiosa,
Tão cheia de vida própria
Que já existia antes de colocá-la no papel.
Eu te fiz uma poesia por lembrar do teu cheiro,
Que te torna mais duradoura do que o previsto.
E por isso especulei coisas boas;
Esperanças que se auto mantém.

Salatiel Pereira

O Luxo de Amar!!

Porções Ilusórias de você

Demorei a entender que perdi;
Desperdicei tempo e amor
Que agora me fazem sentir
Saudade do que quase tive.
Digo "perdi" por força da perda
Porque jamais tive...
Aliás, tive apenas porções ilusórias de você,
Que, se antes era muito e transbordava-me,
Hoje mal posso chamar de resto.
Pois até a lembrança, que é o que normalmente sobra,
Com muito esforço de fé, posso dizer escassa.
Mas deixe estar, que já estou
Triste e contraditório:
Feliz por ao menos ter-me dado o luxo de amar.

Salatiel Pereira

A Revolução dos 2 Dias

Revolução

Foi como se o tempo tivesse só isso para fazer: mudar mil coisas de lugar em 48 horas. Foram dois dias ricos de momentos inusitados, proezas tais. Pareci Don Quixote, abrindo mão de um mundo em prol de outro, em busca de um prazer original e puro. Nos primeiros minutos de revolução descobri-me quase livre tentando entender a filosofia do dizer "A safadeza é um ladrão de cofres".

Salatiel Pereira

ImPeReCíveL!!

Coisas esquecidas

Um desejo veio se esconder aqui no meio de minhas coisas esquecidas. E não demorou para que eu o percebesse: tinha cor, cheiro e ruído próprio. A princípio, antes de notar suas características organolépticas, pensei se tratar de uma brincadeira do tempo, pois a muito tempo o passado não me confundia (acho que esse desejo é passado e deveria ser passageiro). Eu o deixei no seu devido lugar, mantive a calma, umas das poucas virtudes que consegui conservar e perceber. Logo me predispus a tirar tudo a limpo. Comecei a pôr a mão naquelas coisas que eu tinha como esquecidas a fim de espantar o fantasma da dúvida e combater o desejo. Mas duvidei que aquilo surtisse efeito, pois o desejo é implacável, imperecível, eterno: não morre, no máximo se camufla.

Salatiel Pereira

Inquietação da Espera!!

Prontidão

Quando acordares estarei de prontidão
Atento a ti, à espera do teu amor.
Que teu sono, por ora profundo,
Abrevie-se logo, de repente.
Que os teus olhos se abram para mim.
Pois quando nos olhamos só eu te vejo (penso);
Quando nos sorrimos só eu sinto (julgo).

Salatiel Pereira

Indícios do Teu Amor


Cofres Lacrados

Depois de mal ter feito minhas vontades,
Coloco-me de mãos e coração vazios
À disposição desse querer que é um mal me quer
E bem me quer distante.
Pois onde a distancia me alcança
Muito sofro e pouco me livro;
Muito me deixo, e aos poucos me vou.
Ainda que eu não tenha encontrado indícios do teu amor
Aguardo, sonho e empenho minha fé,
Pois é o que me resta.
Abro mão dos meus dias e noites (do viver),
Da minha valiosa juventude,
Do meu mais lindo e reconfortante poema
Que nem se quer fiz; Não existe conforto em amar.
Tudo por ansiar-te, cobiçar-te
Tal qual o lúcido a vida.

Salatiel Pereira

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Ausência(s)!!!

Privação de você (dez de setembro)

Estarei consciente de que posso não mais te ter,
Se quer ao alcance da imaginação?
E em decorrência disso não mais a mim reconhecer,
Sofrer com ausência de chão.

Ao provar de você passei a viver
Mais feliz, livre e comigo em paz;
Vivendo de Haikais e de puro querer:
O que mais me satisfaz.

Não sei quais forças, de você, me privam
E transformam o bem em mal,
E de mim te arranca não sem ferir

E de fraquezas me fazer ruir;
Estando assim debilitado, por alguém, tal qual
Pele repleta de cortes, sem que estancar consigam.


Salatiel Pereira


terça-feira, 9 de setembro de 2014

DePoiS de VocÊ!

Vida pós você

Eu passei por você não como passei pela vida, deixando marcas e sendo marcado. Com você só eu fui marcado. E aos poucos vejo aumentar esse hiato entre nós, tais quais vogais fadadas a distância. Verdadeiros abismos que me matam diversas vezes e me atraem diversas vezes. Mas por ora não cederei ao desejo de auto aniquilar-me de amor e por amor. Não, não agora!
Deixe estar. Que o destino, alento urgente dos perdedores, reordene os acontecimentos e me mostre o que é a vida pós você; ou o que seja de fato viver. Ainda me dou o direito de relembrar, visto que a lembrança seja uma das coisas justas que me ficou.
Insisti o quanto pude, resisti ao máximo, neguei o prazer. Sim, fui censor de mim por ti, somente por ti. E por isso me pus a fazer mais poesias, tropeçar em palavras, construir mundos.
Mas as poesias jamais remediaram a situação, embora as fizesse para isso. Tudo porque desde o início você me foi força que me movia e que agora tudo paralisa, interdita meus reais esforços e vontades. Lentamente, as poesias foram surtindo efeito inverso, deixando-me mais ansioso e triste; e as poesias foram sendo derramadas tristes. É um “assim” sem fim; não consigo parar de escrever.
Não sei como se encerrará, conquanto deduza o que me aguarda. Mas por enquanto sigo cada vez mais sem ti e sem mim.

Salatiel Pereira

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Coleção de desejos!

Futuro curto de um longo desejar

Enquanto fico aqui, assim, deixando o tempo passar em vão, sem preenchê-lo com alguma coisa que valha o esforço de viver, peno por pensar de mais ou de menos. Seria mais simples, talvez, se não soubesse nem lembrasse de minha condição puramente humana, que se resume a empilhar expectativas na consciência, uma coleção de desejos.
A condição referida anteriormente me tornou um viciado em anestésicos morais: músicas (principalmente), textos e poemas. Aumento as doses conforme aumenta as dores de desejos não sanados. E por ser alta a exigência dos desejos, o efeito vai diminuindo cada vez mais seu alcance. Então, diminuo os passos do meu caminhar e permito que a tristeza me ache.
E o meu caminhar segue triste, sem rumo e sem previsões. Mas, mesmo assim continuo, pois parar significaria minha morte; e isso é o que menos quero (por enquanto).
Busco sentido em tudo, ou sinais que endossem meu itinerário, dê-lhe uma razão.




Salatiel Pereira

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Onde mora minha atenção!


Despedida


Desde a 1ª vez!


Nadas



O depois


Um pouquinho de eternidade


Dúvida


Distração


O tempo


Minha terra firme


Força que ninguém vê


O eterno invicto


Sintoma de ausência


Meu planeta


Fuga necessária


Em que me enquadro


Dias e dias


Pura distração


Uma e várias!


Apenas isso


Só história


O fim de mim


Minha Porto seguro!!

Senhora de senhores Quem dera fosse apenas um Porto ou um cais. Mas é Ela. Senhora de si, senhora de senhores, uma tirana, uma dominan...