Vontade doída
Não existe na
terra vontade mais doída
Do que aquela
por algum motivo não interrompida,
Que outrora no
peito nasceu feliz
Muito antes que
a dor fizesse raiz.
Não existe
vontade doída que não perdure
Até que o amor
próprio se veja esvaído,
Não havendo
remediar que de todo cure
Um coração por
outro esquecido.
Não existe
vontade doída que entregue ao acaso não se enfraqueça,
Que ainda
vencida não permaneça
Vencedora no
pleito, absoluta na dor.
Porque a vontade
segue doída e forte no desfavor,
Maculando um
desejo engrandecido de amar,
Querendo ver-se
livre da vontade, mas deixando muito a desejar.
Salatiel Pereira
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